MINHA EXPERIÊNCIA NO WORLDPACKERS

MINHA EXPERIÊNCIA NO WORLDPACKERS

2020 para mim seria o meu ano, tinha planejado tudo muito certo, iria me formar, começar a viajar e ter minha primeira experiência Worldpackers. Entrei na faculdade pensando nisso, mas como literalmente o mundo todo sabe, esse ano f*deu com a vida de todo mundo. Além do fato de que meus planejamentos de 2016 já tinham mudado um pouco nessa etapa da minha vida, nem mesmo essas mudanças pareciam estar perto de serem realizadas.

Então me conformei, me graduei em meio a pandemia e comecei a trabalhar “presa” em casa, até que meu trabalho também se foi por conta da crise, então abri um canal no YouTube mas ainda assim não foi o suficiente para fazer meus divertidamentes pararem quietos. Eu queria fazer algo e não ficar presa sem nada para fazer em casa. Sim eu sei que todo o mundo estava passando por isso, não estou diminuído o esforço de ninguém, estou apenas contando o meu.

Em meio a tudo isso eu dei um crise loca e decidi comprar uma passagem para a Argentina, mesmo sem muita informação sobre a abertura das fronteiras. Claro que isso me deu uma dor de cabeça e acabei tendo que remarcar 3 vezes. O lado bom é que nesse abre e fecha de fronteira eu consegui me planejar um pouco melhor. Teria que fazer um PCR de Covid-19 em até 78 horas antes de embarcar, reservar hotel privado porque tinha o risco de ter que ficar em quarentena obrigatória, seguro de saúde com cobertura de Covid-19 e tudo mais que esse o “novo normal” pede. Tudo certo, vim pra Argentina.

Na Argentina em busca por um Hostel

Cheguei aqui eu tinha um mês para conseguir minha experiência Worldpackers em um hostel. No Brasil eu já estava fazendo essa busca mas ninguém me respondia. Dei uma de FBI e investiguei os hostels nas redes sociais, mais especificamente o Instagram. Comecei a mandar mensagem perguntando se aceitavam voluntários. Muitos responderam dizendo que faliram ou que estavam temporariamente fechados, mas dois deles me deram uma resposta positiva porém só me daria certeza quando eu estivesse em Buenos Aires. Quando já tinha colocado meus pés na cidade enviei mensagem para eles, dos dois apenas um me respondeu e foi ele que escolhi, mal sabia eu…

Nunca feche com um hostel fora da plataforma do WORLDPACKERS!
Seguro Viagem:
América do Norte
CORIS 100 USA BASIC +COVID19 CORIS 100 USA BASIC +COVID19
Assistência médica USD 100.000
Bagagem extraviada USD 1.000
*Valor referente a 7 dias de viagem.
AC 250 AM. NORTE COVID-19 AC 250 AM. NORTE COVID-19
Assistência médica USD 250.000
Bagagem extraviada USD 1.200
*Valor referente a 7 dias de viagem.
GTA 145 STUDENT GLOBAL USA & CANADÁ COVID-19 +TELEMEDICINA GTA 145 STUDENT GLOBAL USA & CANADÁ COVID-19 +TELEMEDICINA
Assistência médica USD 145.000
Bagagem extraviada USD 1.200 (COMPLEMENTAR)
*Valor referente a 7 dias de viagem.

Tinha reservado um hotel por um mês, pensei que isso seria o suficiente para encontrar um hostel. Usei duas semanas para treinar meu espanhol e conhecer um pouco a cidade. Faltando duas semanas para acabar meu conforto eu fui atrás dos hostels e expliquei toda minha situação, que estava nesse hotel e com reserva ainda de duas semanas.

O Hostel

Me convidaram para fazer uma visita e passar por uma espécie de “entrevista”, o que não é comum no Worldpackers (não presencialmente) mas como eu já estava na cidade não via problema. Fui lá, o hostel era lindo, super confortável, tinha brasileiros, todos super legais, tudo certo!

A gerente, que era brasileira e já trabalhou no mesmo estilo que eu ia trabalhar (a atividade era de limpeza) mas agora tinha sido promovida. Ela disse que eu teria que fazer um teste de uma semana. Se tudo desse certo eu poderia levar minhas coisas. Como eu já tinha um hotel por duas semanas não tinha problema, porém a abençoada me fez trabalhar justamente as duas semanas que eu ainda tinha de conforto no hotel e eu desesperada aceitei né, ninguém mais tinha me respondido. Faltando menos de uma semana o outro hostel me respondeu, mas eu nem dei corda porque já estava fechada neste primeiro que me deu atenção.

Fui aprovada nas semanas de teste e levei minhas coisas para o hostel. Me colocaram em um quarto só com mais uma menina (muito legal por sinal). No meu primeiro dia eu já pedi para regularizar as coisas na plataforma, afinal eu paguei o site e queria usar o seguro caso fosse necessário. Para quem não sabe o Worldpackers te ajuda caso você encontre um hostel com doidos que façam algo fora do combinado. A gerente disse que ia acertar tudo, estou esperando até hoje…

Descobertas

Uma semana se passou, eu não fui registrada no site! Descobrir que um dos brasileiros que viviam no local já foi voluntário mas por algum motivo tinha desistido. Em seguida um argentino saiu depois de se desentender com a dona do local. Minhas antenas começaram a ficar ligadas mas ainda não eram coisas para me preocupar. Pouco tempo depois um venezuelano chegou para substituir o argentino que saiu. Aqui na Argentina a xenofobia é bem forte mesmo sendo um país muito aberto a imigrantes. Começaram a colocar uma pressão maior nesse novo voluntário, além de hóspedes que fazem reclamações sem sentido como por exemplo: ele limpar o quarto no horário programa de limpar o quarto!?

Antes eu achava que era coisa da minha cabeça tudo isso, até que eu parei para conversar com ele e descobrir que eu estava certa na minha tese. Com isso a gente começou a se unir e claro, o trabalho para mim começou a ser mais pesado. Meus horários eram alterados constantemente, o número de atividades aumentavam cada dia mais, começaram a me pedir coisas mais arriscadas como colocar uma escada acima de outra escada e limpar o teto, eu só tenho 1,60 e os tetos das casas antigas aqui da Argentina são muito altos, além de pedir para limpar mais de uma vez o mesmo lugar porque eu tinha que completar o horário. Por exemplo, são 6 horas de trabalho mas eu termino em 5 horas, então tenho que limpar tudo de novo.

Decidi ficar e deu tudo errado

Mesmo com tudo isso eu resisti! O lugar era confortável, os hóspedes eram legais e os demais voluntários também. Segui, até que tocaram no meu calo, minha comida! Retiraram toda a minha comida da geladeira e apodreceu tudo! A geladeira dos voluntários era em um cômodo que apenas nós, os donos e a gerente entravam. Eu confiava nos voluntários então só podia ser um dos donos ou a gerente. Não em como não terem feito de propósito, era apenas a minha comida espalhada na mesa o dia todo estragando.

Em seguida eu respirei e comecei a trabalhar, fiz tudo e deixei a cozinha para o final, muita gente estava cozinhando. Limpei o que deu e fiquei esperando o pessoal porque não dá pra jogar água no pé dos hóspedes. Aproveitei e esquentei um tropeiro que sobrou do almoço (que por sorte não estava podre também) comi bem rápido, limpei e segui esperando o povo.

A gerente chega em seguida e me chama para conversar, diz que a dona me viu comendo nas câmeras e não podia, eu fiquei chocada! Nem sabia que tinha câmera no lugar, muito menos que ficava me vigiando. Expliquei que estava tudo feito só parei para comer e estou esperando o pessoal para poder limpar a cozinha. A resposta que recebi foi uma ameaça de que seria expulsa, claro que não nessas palavras mas era isso. Assim que sai da sala já armei todo o plano.

A fuga

Lembra que um outro hostel tinha me chamado lá no início? Liguei para eles, no dia seguinte marquei uma entrevista e mudei no mesmo dia, chamei o venezuelano e levei ele junto. O hostel com a dona louca das câmera ficou sem dois voluntários em meio a pandemia. Não sei se eles mesmo passaram a fazer as tarefas (adoraria ver a gerente limpando o teto) ou se contrataram alguém, só sei que ficaram um dias um pouco desesperados sem voluntários e espero que tenha aprendido a tratar as pessoas melhor. Duvido muito mas não custa sonhar.

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