PIOR EXPERIÊNCIA NO WORLDPACKERS – IRLANDA

PIOR EXPERIÊNCIA NO WORLDPACKERS – IRLANDA

Olá Pessoas!
Hoje vim falar um pouquinho da minha primeira experiência com o Worldpackers na Europa. Lembrando que já passei perrengue na Argentina, em Buenos Aires, como contei nesse artigo aqui.

Depois da experiência como Au Pair na Espanha, contei sobre essa trip aqui. Cheguei na Irlanda toda empolgada pra passar uns 3 meses em diversos voluntariados do Worldpackers, só que logo no primeiro já dei de cara com uma decepção…

Como Tudo Começou?

O lugar era em Achill Sound. Bem remoto, com poucas casas e apenas 2 pubs, sendo que um deles era no hotel em que eu ia trabalhar. Fui já ciente de tudo isso e gostei da ideia, porque assim eu poderia descansar minha mente, conhecer um pouco mais da Irlanda fazendo as trilhas das redondezas e até mesmo focar no meu trabalho na internet, mas mal sabia eu que os anfitriões estavam com pensamentos bem diferentes.

Enviei uma mensagem para o hotel pelo Worldpackers duas semanas antes de viajar! De cara, eu disse que meu inglês ainda era muito básico, mas além do português, eu me comunicava bem em espanhol. Também mencionei algumas das minhas habilidades e em que mais eu poderia ajudar, caso precisassem. Até aí, tudo certo! Eles me responderam no Worldpackers, dizendo que estavam precisando de ajuda e que seria ótimo. Pedi para confirmarem as datas, que eram em torno de um mês, eles confirmaram, e dia 3 de setembro eu embarquei.

Problema Antes de Chegar

As coisas já começaram erradas por aí, mas não por culpa deles nem minha! Meu voo atrasou e com isso, perdi o último ônibus que teria que pegar para chegar na cidade… Isso logo após ter pego um trem que atravessava o país, mas tudo bem! Enviei uma mensagem pelo Worldpackers pedindo desculpas e explicando a situação. Eles foram bem compreensivos e disseram que a cunhada deles estava indo buscar os pais justamente no mesmo trem em que eu estava e poderia me dar uma carona. Perfeito! Quando essa moça chegou, ela ainda me ajudou a comprar um chip de telefone antes de irmos para o hotel, uma anja.

Aqui eu estou contanto tudo bem tranquila, mas quando estava dentro do trem percebi que não conseguiria pegar o último ônibus, me desesperei. O homem que estava ao meu lado percebeu e ofereceu ajuda; ligamos para alguns hostels perguntando os preços do dia (eram diferentes dos da internet) e tentando fazer uma reserva. Coitado do moço, deixei ele meio desesperado junto comigo hahaha

Cheguei no hotel às 10 da noite e eles me receberam com um chá (com leite). Os donos eram um casal de idosos, Peter e Loretta. Foram bem receptivos, me trataram bem e me ajudaram com as malas. Conversei um pouco com eles, mostrando que eu tinha algum nível de inglês e conseguiria me comunicar se falassem pausadamente. Ganhei um quarto e um banheiro privado, como uma hóspede normal. Assim que fiquei sozinha, fui direto para o chuveiro e… Não funcionava! A torneira que enchia a banheira sim, então me dei ao luxo de tomar um banho de banheira. No dia seguinte, contei para eles sobre esse problema, porque não queria ter que sempre encher a banheira.

Meu primeiro story quando cheguei no hotel @luanamarcelina

Conhecendo o Lugar

No dia seguinte, acordei às 8:00, arrumei um pouco do meu quarto e às 09:40 desci para o café da manhã no horário que me falaram. Foi quando conheci a outra voluntária que também era brasileira, Camila, e ficaria por apenas mais duas semanas. Diferente de mim, ela tinha o inglês num nível intermediário e conseguia se comunicar bem com todos. Acabou que ela virou minha tradutora para tudo, porque ninguém falava diretamente comigo, apenas com ela para passar para mim. Um saco!

Camila era um amor comigo e conversamos até hoje. Agora ela está na Irlanda do Norte e tem uma história de vida incrível digna de filme.

Horários de Trabalho – Dia 1

Após o café, Loretta disse que eu começaria a trabalhar às 11:00, ajudando a irmã dela a trocar as roupas de cama e limpando os banheiros. Camila era responsável pela área da cozinha durante a noite, mas naquele dia ela teve que ficar junto comigo para me explicar como tudo funcionava, porque, como eu disse, eles simplesmente começaram a me ignorar e falavam tudo apenas com ela.

Trabalhei até as 13:00, e o acordo que fiz com eles no Worldpackers foi de 5 horas. Nem todos os lugares cobram todas as horas acordadas, desde que você tenha feito todo o trabalho proposto. Então perguntei para Camila como funcionava, e ela disse que quando havia outra voluntária, as tarefas eram divididas, uma na parte da manhã com os quartos (eu) e outra à noite com o restaurante (ela). Porém, comigo, as coisas foram bem diferentes!

Horários de Trabalho – Dia 2

No dia seguinte, fui escovar os dentes assim que acordei, abri a torneira da pia e a água caiu, derrubando um PEDAÇO DA PIA! Juro que o máximo que fiz foi abrir a torneira! Enfim, avisei à Loretta, que surtou e pediu para Camila traduzir para garantir que entendia bem o que eu disse. Em seguida, ela apenas saiu andando em direção ao meu quarto sem dizer nada. Ok né! Mudaram-me de quarto neste dia e nunca mais tive problemas (com o quarto).

A pia quebrada @luanamarcelina

Continuando os trabalhos do dia, após terminar com os quartos, Loretta disse que era para eu voltar às 17:00 para ajudar na cozinha do restaurante, mas na verdade era para eu limpar as portas e pisos do hotel. Pensa aqui comigo: eu terminava as primeiras tarefas entre 13:00 e 14:00, almoçava sempre às 14:00, porque esse era o horário marcado e não podia ser modificado. Voltava às 17:00 e ficava até as 20:30, sendo que nesse meio tempo tinha o jantar, que era às 18:00 e também não podia ser modificado. Em resumo, passava o dia inteiro trabalhando!

Conversando Sobre os Horários

Quando perguntei se poderia começar minhas tarefas mais cedo para ter o resto do dia livre, a resposta foi clara: não! Eu sabia que os quartos tinham que ser limpos até às 10:00 por conta do check-out, mas a limpeza de portas (que ninguém usava) e janelas não fazia sentido começar às 17:00!

Após cogitar a possibilidade de mudar os horários, Loretta começou a mudar minhas funções. Passei a passar mais tempo limpando outros lugares do hotel e, em seguida, era enviada para a cozinha. No entanto, ficava sem ter o que fazer lá! O trabalho era pouco e havia vários outros funcionários, então era evidente que eu estava ali apenas para completar horas de trabalho. Não tinha problema em cumprir as horas, mas fazer tantas modificações e me focar o dia todo no hotel era muito complicado. Tornava-se impossível me planejar para fazer qualquer coisa, porque o lugar era muito remoto e precisava de mais do que 3 horas de intervalo.

Decobrindo Outras Tretas!!

Ok! Fui aceitando isso calada e desabafando apenas com a Camila, afinal, ela era a única que conversava comigo naquele lugar. Ela então me contou que a última voluntária do Worldpackers era espanhola e passou por muitos problemas, pois por um tempo ela foi a única voluntária, já que o outro era um homem e as atividades eram apenas para “mulheres”. Fiquei chocada! E essa voluntária trabalhou tanto que rendeu 300 EUROS de horas extras, que ela, certíssima, cobrou antes de sair do hotel. Peter fez um escândalo, dizendo que ela era uma criança e blá blá… Enfim, um caos!

Sabendo desse barraco todo, já estava mais do que ciente do que me esperava nas próximas semanas, porque, como eu disse anteriormente, Camila iria ficar por apenas mais 2 semanas e eu o mês inteiro. Eu ia ficar sozinha com esses doidos!

O Poir Crime: Comer Fora!

Enfim, nosso dia de folga chegou e, por sorte, conseguimos tirar eu e Camila juntas. Decidimos então conhecer uma das praias da região, mas cientes de que tínhamos que voltar antes das 18:00, pois esse era o horário do jantar. Voltamos às 17:30 e o hotel estava completamente fechado, não havia hóspedes e nem mesmo funcionários. Peter e Loretta? Nem a sombra! Esperamos até as 18:20 e nada… Então pensamos: ‘Esqueceram de nós duas’. Decidimos sair para comer, pois aqui tudo fecha cedo e estávamos varadas de fome. Fomos ao restaurante do lado, lamentando estar gastando em euros, e deixamos uma carta explicando a situação para os dois.

Depois do jantar, Camila voltou para o hotel e eu fiquei no pub ao lado. Quando ela chegou, Loretta fez um escândalo, disse que não poderíamos ter saído na hora do jantar e que estavam nos esperando, mas estávamos no hotel no horário combinado, e eles é que não estavam. Mas quem disse que ela admitiria estar errada? Não, não… Para eles, nós é que estávamos erradas, ok! Quando cheguei, não falaram nada comigo, porque afinal, devo ser surda e muda.

Esse foi o nosso jantar no dia que “quebramos as regras”.

Crime 2: Dormir Fora!

Alguns dias depois, eles me viram conversando com um estadunidense e deduziram que eu falava sim inglês e estava mentindo para eles. Por que eu faria isso? Não faço ideia!

Explicando aqui como eu estava conversando com esse estadunidense: O sotaque dos EUA é mais fácil de entender porque é esse o conteúdo que consumo com mais frequência. Além disso, ele falava devagar para me ajudar, repetia algumas coisas, explicava e só usávamos o tradutor como última alternativa. Em resumo, o cara era muito paciente.

Nesse mesmo dia, Loretta não me chamou para trabalhar à noite, algo que ela SEMPRE fazia. A Camila já havia me avisado que nem sempre iríamos trabalhar as 5 horas e que ela avisa quando precisa da gente. Concluí que estava livre mais cedo. Planejei ir para a cidade ao lado, que tinha mais movimento, e decidi passar a noite lá. Voltaria no dia seguinte antes das 10, para não perder o café da manhã e chegar a tempo para o trabalho. Nesse dia, o caos se instalou, e pela primeira vez a dona Loretta falou comigo, ou melhor, gritou muito!

A Treta!

Quando cheguei ao hotel era por volta das 9 e alguma coisa, Loretta estava me esperando na porta. Assim que entrei, ela começou a gritar. Eu só conseguia pegar palavras soltas e tirar minhas conclusões, que foram: eu estava mentindo sobre meu nível de inglês, que aquele era um hotel de família, não avisei que iria dormir fora e ela ficou a noite TODA (atá!) acordada me esperando!

Eu então respondi dizendo que não sabia que tinha que avisar, que em nenhum outro lugar precisei fazer isso porque, afinal, sou uma mulher adulta. Argumentei que nem sabia que eles me viram sair, que não fazia sentido gritar assim comigo, que não estava mentindo sobre meu inglês e que ela tinha meu telefone, então se não quisesse ficar acordada, poderia ter me ligado. Não adiantou de nada, ela continuou gritando e falando que eu era uma mentirosa. Achei que ela não estava entendendo meu inglês, então peguei o celular e traduzi. Ela empurrou minha mão com o celular e disse que não queria saber, ordenando que eu fosse para o meu quarto. Tipo??? Minha senhora, vocês não são meus pais não!

Por fim, subi, chamei a Camila para contar o que aconteceu e falei que ia começar a procurar outros lugares.

O único pub de toda a cidade, fora o bar no hotel em que eu trabalhava.

Castigos

Após isso, o que estava ruim se tornou ainda pior! Eu tinha que limpar tudo mais de uma vez, minhas tarefas eram cada vez mais difíceis, meus horários de trabalho começaram a ultrapassar as horas combinadas. Era chamada de mentirosa o tempo todo, e se não entendesse algo, a resposta vinha aos gritos. Todos estavam falando de mim pelo hotel, como se eu fosse a pior pessoa do mundo.

Cheguei ao meu limite e comecei a chorar durante o trabalho na cozinha. No mesmo dia, acionei meu seguro do Worldpackers e contei tudo que estava acontecendo. Nesse mesmo dia, a Camila tinha feito um escondidinho de carne moída, mas não consegui comer com eles porque não me sentia confortável com essas pessoas. No dia seguinte, após me ver chorando, aparentemente Loretta se sentiu mal e me deu o dia livre, mas avisou apenas ao meio dia, fazendo com que eu perdesse metade do meu dia livre presa no hotel.

Mesmo após aparentemente se sentirem mal com todo o peso psicológico que estavam fazendo. No dia seguinte de trabalho não foi nada tranquilo, eu continuava com as tarefas mais pesadas e meu nome ainda circulava na boca das pessoas.

Plano de Fuga

Dois dias após o ápice do caos, um hostel me aceitou, e era justamente o mesmo lugar em que eu fiquei hospedada no dia que resolvi dormir fora. Estava muito feliz, mas contei apenas para a Camila que tinha conseguido. Não poderia contar para eles porque eu só poderia chegar no hostel na segunda-feira, e ainda estávamos no sábado. Então, fiz um plano: iria acordar na segunda-feira, que era o nosso dia livre porque Loretta iria viajar, tomar meu café, pegar minhas malas e sair, deixando apenas uma carta na recepção explicando os motivos de eu estar saindo. E assim o fiz!

O hotel estava vazio, sem hóspedes, então eu sabia que conseguiria sair sem que ninguém me visse. Só a Camila sabia disso, e ela não falou nada com ninguém. Caso perguntassem, ia dizer que ficou sabendo naquela manhã também.

Caminho para a Paz

Fui para o ponto de ônibus com minhas duas malas e mochila. Um homem, por volta dos 50 anos, também estava no ponto e começou a me evangelizar… Disse a ele que meu inglês era ruim, mas isso não o impediu. Ele continuou falando sobre Jesus e quando ele viu um anjo e conversou com um anjo na igreja.

Quando entramos no ônibus, ele continuou falando. Era uma viagem de 55 minutos. Ele falava sem parar, me deu um papel para ler, e eu comecei a me sentir enjoada. Falei com ele que não estava me sentindo bem. Ele pediu para o motorista parar o ônibus, mas foi ignorado. Decidiu então colocar a mão na minha cabeça e fazer uma oração e… VOMITEI NO HOMEM, no ônibus, nas malas dele e em tudo! E o que ele me disse? “Esse é o poder de Deus na sua vida.” No final, o homem não foi totalmente ruim, ele me ajudou com as malas e a chegar no hostel.

A dona do hostel, Niamh, foi um amor! Expliquei para ela que não estava muito bem, e ela me mostrou o quarto e disse que poderia descansar tranquila, que no dia seguinte ela me mostraria tudo.

A janela do meu quarto em Westport

O Trabalho no Novo Lugar

Nesse hostel, as tarefas eram sempre as mesmas: limpar tudo e trocar as roupas de cama dos que já tinham saído. Fim! Se fizéssemos tudo em 5 horas ou em 2 horas, não tinha problema, desde que estivesse feito. Era ótimo, porque éramos eu e mais outras duas voluntárias, e até mesmo a dona ajudava na limpeza. Costumávamos começar às 10:00 da manhã e terminar entre 11:00 e 12:00. Quando o trabalho era muito, normalmente aos finais de semana, terminávamos às 13:00.

O café da manhã era junto com os hóspedes, e as demais refeições eram livres. A Niamh nos dava 50 euros por semana e podíamos comprar o que quiséssemos, comer quando quiséssemos e cozinhar o que quiséssemos. Para mim, era como o paraíso depois de ter passado pelo Achill Sound Hotel.

É isso, pessoal! Essa foi minha primeira experiência aqui na Europa. Sei que não tive sorte, mas já passei por outros voluntariados muito legais também. Vai ter de tudo. E com a Worldpackers, eu me senti mais segura porque eles me deram o suporte para encontrar outro lugar em seguida. Por isso, continuo indicando e inclusive tenho um cupom de desconto de $10 dólares com o código LUANAMARCELINA 🙂

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